Nesta terça-feira (26), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, desencadeou a Operação Snow em diversos bairros de Campo Grande e Ponta Porã.
A operação visa desmantelar uma organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas, especialmente cocaína, na cidade de Campo Grande. Segundo informações apuradas pela reportagem, a organização criminosa, altamente estruturada e com uma sofisticada rede de distribuição, contava com diversos membros, incluindo policiais cooptados. Seu modus operandi envolvia o escoamento da droga, principalmente cocaína, através de empresas de transporte, que também eram utilizadas para lavagem de dinheiro, ocultando a origem e o destino dos lucros obtidos com o narcotráfico.
Um dos métodos utilizados pela organização para transportar a droga era ocultá-la em meio a uma carga lícita, dificultando a fiscalização policial nas rodovias, especialmente quando se tratava de produtos resfriados ou congelados, como carnes e aves, uma vez que os baús dos caminhões frigoríficos viajavam lacrados.
Além disso, a organização transferia a propriedade de caminhões entre empresas ligadas ao grupo e os motoristas, desvinculando-os dos verdadeiros proprietários, para evitar chamar a atenção em fiscalizações policiais, já que a liberação era mais rápida quando o motorista constava como dono do veículo.
Durante a operação, foram identificadas mais duas toneladas de cocaína pertencentes à organização criminosa, que foram apreendidas em ações policiais. Uma das táticas utilizadas pelo grupo para transportar a droga de Ponta Porã até Campo Grande, de onde era distribuída para outros estados, era o chamado "frete seguro", no qual policiais civis transportavam a cocaína em viaturas oficiais caracterizadas. Essas viaturas raramente eram paradas ou fiscalizadas por outras unidades de segurança pública.
A operação "Snow" visa cumprir 21 mandados de prisão preventiva (sendo que três alvos já estão sob custódia no regime prisional fechado de Mato Grosso do Sul), além de 33 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande e Ponta Porã.
