Na manhã deste domingo, uma operação coordenada entre a Polícia Federal (PF), a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) culminou na prisão de três indivíduos suspeitos de serem os mandantes do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018. A ação foi desencadeada após a delação do ex-policial Ronnie Lessa, apontado como o executor do crime.
Os presos foram identificados como Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal pelo pelo União Brasil, no Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do estado. que teria prometido impunidade aos criminosos. Ele assumiu o cargo um dia antes do atentado contra a vereadora, em março de 2018. Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A operação, batizada de "Murder, Inc.", teve início após a delação do ex-policial Ronnie Lessa, apontado como executor do crime. Além da prisão dos suspeitos, foram realizados 12 mandados de busca e apreensão, incluindo na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estado.
O delegado Giniton Lages, que liderou as investigações sobre o assassinato à época, e Marcos Antônio de Barros Pinto, um de seus principais subordinados, estão entre os alvos dos mandados de busca e apreensão. Ambos foram afastados de suas funções atuais por determinação do ministro Alexandre de Moraes.
A esposa de Rivaldo Barbosa, Erica de Andrade Almeida Araújo, também teve sua residência alvo de busca e apreensão, com seus bens bloqueados e a suspensão das atividades comerciais de sua empresa, que é investigada pela PF por suspeita de lavagem de dinheiro.
Os presos serão encaminhados para Brasília e transferidos para uma penitenciária federal, enquanto as investigações prosseguem para esclarecer os motivos e as circunstâncias que levaram ao brutal assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.
Segundo informações da Globo News, os investigadores também estão averiguando possíveis envolvimentos em outros crimes, como organização criminosa e obstrução de justiça.
Motivação:
As investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco apontam para uma possível conexão com a expansão territorial das milícias no Rio de Janeiro. Segundo informações preliminares, a motivação do crime estaria ligada aos interesses desses grupos criminosos em ampliar sua influência na região.
Ronnie Lessa, ex-policial militar e um dos executores do crime, já está detido desde 2019 e forneceu detalhes importantes em sua delação premiada. Segundo Lessa, os mandantes do assassinato fazem parte de um grupo político poderoso no estado, com diversos interesses em diferentes setores.