A segunda fase da Operação Traquetos, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), trouxe à tona revelações surpreendentes sobre o médico veterinário alvo das investigações. Além de seu envolvimento no tráfico, agora é revelado que ele atuava como agiota, emprestando somas significativas de dinheiro a clientes específicos.
As investigações apontam que o veterinário concedeu um empréstimo astronômico de R$ 600 mil a apenas um cliente, revelando uma faceta pouco conhecida de suas atividades financeiras. Seu patrimônio, avaliado em mais de R$ 5,2 milhões, inclui uma residência luxuosa no valor de R$ 2,2 milhões, bem como participações em diversos imóveis e investimentos bancários.
A denúncia do Gaeco destaca a posse de inúmeros cheques totalizando R$ 1.676.722,36, cuja finalidade permanece obscura, indicando possível relação com atividades ilícitas, incluindo o financiamento ao tráfico e agiotagem. A ausência desses valores em seu imposto de renda aumenta as suspeitas sobre a origem desses recursos.
O veterinário, conhecido como 'Patrão' dentro da organização criminosa, desempenhava papel crucial na estrutura de financiamento do tráfico, utilizando contratos de locação como fachada. O Gaeco destaca que sua participação na organização data de 2020, e sua prisão domiciliar recente, em setembro, reflete as complexidades do caso.
A residência do veterinário servia como local para garantia de investimentos no tráfico, com carros de luxo e notas promissórias sendo usados como colateral. Sua esposa, parte ativa nos negócios, desempenhava papel fundamental ao introduzir discretamente os veículos no condomínio de luxo.
A Operação Traquetos continua a desvendar a extensão das atividades criminosas desse médico veterinário, revelando camadas intricadas de sua participação no tráfico e empréstimos ilícitos.
