Neste domingo (21), o ex-presidente Jair Bolsonaro fará um discurso aos seus apoiadores na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Este local foi o cenário de uma manifestação anterior que resultou na declaração de inelegibilidade por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido pelo ministro Alexandre de Moraes.
Além das acusações relacionadas a uma reunião com embaixadores onde propagou teorias conspiratórias sobre as urnas, Bolsonaro também enfrenta condenações por abuso de poder durante os eventos de 7 de Setembro de 2022 no Rio de Janeiro e em Brasília.
Para esta manifestação, aliados esperam um discurso sem ataques diretos, mas observam uma mudança na dinâmica em relação à última grande mobilização do ex-presidente, ocorrida na avenida Paulista em fevereiro. Naquela ocasião, Bolsonaro estava sob intensa pressão, enquanto agora, sua pauta é vista como uma estratégia para pressionar o ministro Moraes.
A mobilização de fevereiro ocorreu logo após uma busca e apreensão em que Bolsonaro foi alvo, relacionada a investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após a vitória do presidente Lula nas eleições de 2022.
No discurso convocando para o evento atual, Bolsonaro não mencionou diretamente o empresário Elon Musk, mas destacou a ameaça à liberdade de expressão e os riscos de uma ditadura, temas que ganharam destaque após documentos divulgados por uma comissão do Congresso dos Estados Unidos, presidida por um aliado de Donald Trump.
Em uma tentativa de evitar possíveis reações do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro novamente pediu aos apoiadores que não levem bandeiras ou faixas com ataques a Moraes.
Após quase dois meses desde o último grande evento na Paulista, aliados do ex-presidente observam um ambiente menos tenso, com Moraes enfrentando maior questionamento por suas decisões de suspensão de perfis nas redes sociais.
A presença do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, ao lado de Bolsonaro é uma mudança significativa. Castro, ausente na manifestação na avenida Paulista, agora justifica sua participação como uma defesa da democracia e do respeito ao resultado das urnas.
Enquanto Bolsonaro busca reafirmar sua base de apoio e pressionar Moraes, a manifestação em Copacabana destaca o confronto entre o ex-presidente e o ministro, relembrando a inelegibilidade declarada pelo TSE em razão de um evento anterior realizado no mesmo local.
