A cúpula de chefes de Estado do Mercosul, realizada em Assunção, Paraguai, foi marcada por intensa controvérsia e ausências significativas, revelando profundas divisões políticas dentro do bloco. O encontro, que oficializou o ingresso da Bolívia como membro pleno, destacou-se não apenas pela expansão do Mercosul, mas também pelas disputas públicas entre líderes regionais.
A ausência do presidente argentino Javier Milei, notório crítico do Mercosul e defensor de uma agenda liberalizante, foi um ponto focal de tensão. Milei, cuja política externa tem sido marcada por confrontos diretos com líderes de outros países do bloco, incluindo o Brasil e a Venezuela, optou por não comparecer à cúpula, desafiando as expectativas diplomáticas.
Por outro lado, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, figura proeminente da esquerda latino-americana, enfrentou críticas contundentes de Milei durante o evento. As trocas públicas de acusações refletiram as profundas divergências ideológicas e estratégicas que permeiam o Mercosul atualmente.
Além das questões diplomáticas, a cúpula abordou temas como a reintegração da Venezuela, suspensa desde 2017 devido a violações democráticas sob o regime de Nicolás Maduro. Embora o governo brasileiro tenha expressado apoio à plena reinserção da Venezuela no bloco, questões sobre a legitimidade e transparência das eleições presidenciais venezuelanas continuam sendo um ponto de contenda entre os membros do Mercosul.
