O recente debate entre Joe Biden e Donald Trump emergiu como um ponto crítico na corrida presidencial dos Estados Unidos de 2024, destacando-se não apenas pela acalorada troca de acusações, mas também pelo desempenho desigual do atual presidente.
Desde o histórico embate televisivo entre John F. Kennedy e Richard Nixon em 1960, os debates presidenciais dos EUA têm sido momentos cruciais para moldar a percepção pública e influenciar os eleitores. No entanto, para Biden, o confronto recente se revelou um desastre político inesperado.
Logo nos primeiros minutos, ficou evidente que Biden enfrentava dificuldades significativas. Rígido e muitas vezes defensivo, o presidente não conseguiu transmitir a segurança e a clareza necessárias para reforçar sua posição perante Trump, que se apresentou de forma mais assertiva e combativa. O tom do debate foi estabelecido rapidamente, com Biden lutando para se recuperar da percepção de fraqueza inicial.
Ron Klain, um dos principais estrategistas de debates de Biden, argumenta que os primeiros 30 minutos são decisivos para vencer um debate. Por esse critério, Biden não apenas falhou em se impor, mas também permitiu que Trump dominasse o cenário inicialmente. Este desempenho fraco não passou despercebido, gerando preocupações significativas entre os democratas sobre a viabilidade de sua candidatura em uma eleição tão crucial.
Além das questões de estilo, Biden enfrentou críticas severas quanto ao conteúdo de suas respostas. Acusações de falsidades sobre sua própria presidência e hesitações em refutar as alegações distorcidas de Trump contribuíram para um retrato de vulnerabilidade política. Em contrapartida, os momentos mais fortes de Biden surgiram tardiamente, quando conseguiu destacar as condenações recentes de Trump e criticar sua conduta pessoal e profissional.
A vice-presidente Kamala Harris, em uma tentativa de desviar o foco do desempenho de Biden, enfatizou a substância sobre o estilo, argumentando que o presidente permanece firme na defesa dos interesses americanos. No entanto, a impressão geral deixada pelo debate levanta questões cruciais sobre a capacidade de Biden de galvanizar o eleitorado e oferecer uma visão convincente para um segundo mandato.
À medida que os democratas avaliam os danos causados pelo debate e discutem internamente a sustentabilidade da candidatura de Biden, a incerteza paira sobre o futuro da chapa presidencial. A falta de uma estratégia clara para promover Kamala Harris como sucessora potencial também complica o cenário político para o partido.
Embora a história tenha mostrado que presidentes podem se recuperar de debates desfavoráveis, como foi o caso de Barack Obama e Ronald Reagan, a magnitude das falhas de Biden desta vez aumenta o desafio de virar o jogo. Com um segundo debate agendado para setembro, Biden enfrenta a difícil tarefa de reconquistar a confiança do eleitorado e reverter as narrativas desfavoráveis que emergiram desta noite decisiva em Atlanta. ( Com inf da CNN)
