O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quarta-feira, 12 de junho, que Juscelino Filho, ministro das Comunicações, tem o direito de provar sua inocência em relação às acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa feitas pela Polícia Federal (PF).
Em entrevista concedida em Genebra, Suíça, onde participa de um evento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Lula afirmou: "Eu acho que o fato do cara ser indiciado não significa que o cara cometeu um erro. Significa que alguém está acusando, e que a acusação foi aceita. Agora, eu preciso que as pessoas provem que são inocentes."
O posicionamento de Lula coincide com as declarações de Juscelino Filho sobre o relatório da PF, onde o ministro enfatizou que "indiciamento não implica em culpa" e descreveu o parecer da Polícia Federal como uma "ação política e previsível". Lula revelou que pretende discutir o assunto diretamente com Juscelino ainda hoje, 13 de junho, antes de tomar uma decisão sobre o caso.
As acusações contra Juscelino Filho envolvem possíveis desvios de verbas públicas na estatal Codevasf, conforme reportado pelo Estadão em janeiro de 2023.
A decisão sobre o futuro de Juscelino Filho, indicado pelo União Brasil, partido que o apoia, é vista com cautela por Lula, que destacou a importância de ouvir a sigla antes de tomar qualquer medida. O senador Jacques Wagner (PT-BA), líder do governo, afirmou que Lula será totalmente informado sobre o assunto antes de tomar uma decisão final, respeitando também a posição do União Brasil.
Em nota oficial, o União Brasil expressou seu total apoio ao ministro Juscelino Filho, mencionando que considera a investigação da PF "parcial" e criticando "vazamentos seletivos" e informações "descontextualizadas". O partido reiterou sua confiança na Justiça como o único órgão competente para julgar o caso.
Nos bastidores, Juscelino Filho conta com o respaldo de Antonio Rueda, presidente do União Brasil, e de Elmar Nascimento (União Brasil-BA), deputado federal que almeja suceder Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados.
