Vinculado à Igreja Católica, o Conselho Indigenista Missonário (Cimi), um dos principais defensores dos direitos indígenas, expressou sua desaprovação à proposta feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, para lidar com a crise enfrentada pelos povos Guarani e Kaiowá em Dourados.
Lula sugeriu a Riedel a aquisição conjunta de uma fazenda para reassentar os indígenas em situação vulnerável, mas o Cimi argumenta que essa medida não atende às necessidades fundamentais dos indígenas, que reivindicam a demarcação de suas terras de acordo com a Constituição Federal.
O órgão critica a proposta de compra de terras como uma violação dos direitos constitucionais dos povos indígenas e enfatiza que a solução para a crise está na demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos Guarani e Kaiowá.
Além disso, o Cimi destaca o histórico do governador Riedel em eventos contrários às ocupações de terras indígenas durante sua presidência na Federação da Agricultura e da Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).
O Cimi propõe uma série de medidas para resolver a crise de forma definitiva, incluindo a demarcação de todas as terras reivindicadas pelos indígenas, a revogação da Lei do Marco Temporal e a garantia de recursos para demarcações pendentes há décadas.
A nota do Cimi reitera o compromisso com a defesa dos direitos dos povos indígenas e a busca por soluções justas e adequadas para a crise na região de Dourados.
