A influência do fenômeno climático El Niño em Mato Grosso do Sul está causando preocupação no setor agrícola, com previsões de uma redução na produção de soja para o ciclo 2023/2024. O Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga-MS) prevê uma produção de 13,8 milhões de toneladas, representando uma queda de 8% em comparação com o recorde de 15 milhões de toneladas da safra 2022/2023.
Os especialisatas da Embrapa da Agropecuária Oeste, alertam para os efeitos negativos do El Niño no setor, mencionando o atraso nas chuvas e o aumento das temperaturas, que podem prejudicar a viabilidade das lavouras de soja. Apesar de a soja ser uma cultura resistente, essas condições climáticas adversas podem impactar a produção.
Embora algumas áreas tenham registrado chuvas acima da média nos primeiros 15 dias de outubro, a maioria do estado enfrenta um cenário de chuvas bem abaixo da média histórica. Entretanto, as entidades de monitoramento acreditam que haverá uma recuperação das chuvas na Região Centro-Oeste até o final deste mês, o que pode amenizar a situação.
A projeção da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS) para a safra 2023/2024 é de 13,818 milhões de toneladas, uma redução em relação à supersafra de 15,007 milhões de toneladas do ciclo anterior. No entanto, a Aprosoja-MS ressalta que uma supersafra ainda é uma possibilidade.
O fenômeno El Niño já afetou a agricultura de Mato Grosso do Sul no passado, sendo a última vez em 2015/2016, quando as temperaturas elevadas do Oceano Pacífico resultaram em condições climáticas desafiadoras. O aumento da produção de soja naquele ano, apesar das dificuldades, destaca a resiliência do setor agrícola do estado.
Apesar dos desafios impostos pelo El Niño, os produtores estão cautelosamente otimistas quanto à recuperação das chuvas e à produção de soja em Mato Grosso do Sul.
