A colheita da segunda safra de milho em Mato Grosso do Sul está enfrentando um atraso significativo de 8,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período da safra anterior. De acordo com o Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS), a área colhida até o momento alcançou apenas 8,7%.
A região central do estado é a que apresenta maior avanço na colheita, com média de 12,1%, enquanto as regiões norte e sul registram médias de 12% e 7%, respectivamente. Até o momento, a área colhida totaliza 202.275 hectares.
O principal motivo para o atraso é o plantio tardio, sendo que 54% da produção foi plantada fora da janela ideal de semeadura. No entanto, o boletim Casa Rural, da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), prevê que a retirada das lavouras deve se intensificar a partir do fim desta semana.
Segundo o boletim, a colheita está lenta no estado, mas a expectativa é que o pico ocorra a partir do dia 4 de agosto, quando grande parte da produção estará em estágio avançado de maturação. O avanço na maturação das áreas, aliado à condição de clima seco nos primeiros dias de agosto em todo o estado, deve potencializar a colheita da segunda safra de milho em Mato Grosso do Sul.
Em relação às condições das lavouras, o Siga-MS aponta que 91,6% delas estão em boas condições de desenvolvimento, 7,1% em condições regulares e 1,3% em condições ruins.
Quanto à área destinada ao milho segunda safra 2022/2023, espera-se um crescimento de 5,4% em relação ao ciclo anterior, totalizando 2,325 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 80,33 sacas por hectare, mantendo-se dentro do potencial produtivo das últimas cinco safras do estado. Essa estimativa gera a expectativa de produção de 11,206 milhões de toneladas, o que representa uma retração de 12,28% em comparação ao ciclo anterior.
É importante ressaltar que a área ainda está em levantamento, e podem ocorrer variações para mais ou para menos em relação à área prevista, como frisa o boletim técnico.
Em relação aos preços, o levantamento realizado pela Granos Corretora mostra que até 24 de julho, Mato Grosso do Sul já havia comercializado 32% do milho segunda safra 2022/2023, três pontos percentuais a mais do que o mesmo período do ano anterior. Com a maior oferta do cereal no mercado, os preços têm sido afetados, assim como ocorreu com a soja. A saca com 60 kg de milho apresentou queda de 40,7% em um ano, sendo comercializada na última semana de julho pelo valor médio de R$ 40,13, enquanto no mesmo período do ano passado, o valor era de R$ 66,56 no mercado físico de Mato Grosso do Sul.