domingo, 22 setembro 2024

Rural

há 2 meses

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Tensão aumenta em conflito fundiário em Douradina (MS)

Força Nacional e autoridades tentam mediar disputa entre indígenas e fazendeiros

Atualizado: há 2 meses

Redação

O conflito entre indígenas e fazendeiros na área rural de Douradina (MS), a 191 km de Campo Grande, intensificou-se ao longo da última semana. No sábado (20), a situação tornou-se mais tensa, conforme relatos de ambos os lados.

A área em disputa, conhecida como Panambi-Lagoa Rica, foi delimitada e reconhecida pela União como território ancestral dos povos indígenas. Os fazendeiros, no entanto, alegam posse legal da terra, usada para produção agrícola.

Desde o início do confronto em 13 de julho, quando um indígena foi ferido por uma bala de borracha, a tensão tem aumentado. Representantes das forças de segurança e órgãos de proteção estão no local para mediar a situação e evitar confrontos.

O Conselho Indigenista Missionário denunciou ameaças de capangas armados contra os indígenas, enquanto o Ministério dos Povos Indígenas confirmou que dois indígenas foram feridos por balas de borracha nos últimos dias.

Acampamentos foram montados pelos indígenas na área reivindicada, enquanto fazendeiros bloquearam o acesso com caminhonetes. Focos de incêndio foram registrados na área de Panambi-Lagoa Rica, mas a autoria do fogo permanece desconhecida. Uma reunião de conciliação está marcada para segunda-feira (22) no MPF em Dourados.

Para monitorar a situação, um helicóptero com policiais militares e um representante do MPF sobrevoou a área. Em terra, a segurança é garantida pela Força Nacional e Polícia Federal. Autoridades locais estão no local para tentar mediar a transição e evitar confrontos.

O departamento de mediação e conciliação de conflitos fundiários do MPI destacou que a terra, reconhecida como ancestral desde 2011, ainda não foi demarcada devido a ações judiciais. A área passa por um processo de demarcação de terras indígenas, e, embora as etapas de delimitação e análises tenham sido concluídas, o processo está atualmente paralisado por disputas legais.

Durante o conflito, um indígena foi baleado após um grupo invadir uma propriedade na área reclamada. A Funai confirmou que o ferido foi levado para um hospital local. A Defensoria Pública da União acompanha o caso e acionou o Conselho Nacional de Direitos Humanos, além de solicitar apoio ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

"A principal preocupação neste momento é com a vida e a integridade física das pessoas envolvidas", destacou a DPU em nota oficial. * com inf do G1

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