sexta, 20 setembro 2024

Transporte e trânsito

03/11/2023 09:56

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Após décadas de espera, projeto da Ferroeste avança, prometendo impulsionar a economia de MS

Atualizado: 03/11/2023 09:59

Redação

Por mais de quatro décadas, o projeto de expansão da Estrada de Ferro Paraná Oeste, a Ferroeste, tem sido uma promessa de desenvolvimento para a região do Paraná e, principalmente, para Mato Grosso do Sul. Agora, finalmente, após uma longa espera, o sonho de um novo ramal ferroviário pode estar prestes a se tornar realidade, com a entrega da atualização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) pelo governo do Paraná ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a concessão da licença ambiental.

A atualização do EIA foi uma resposta às preocupações levantadas pelo Ministério Público Federal (MPF) nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. O MPF argumentou que o estudo anterior não levou em consideração o impacto que os trilhos poderiam causar em todas as aldeias indígenas e comunidades quilombolas ao longo do traçado. Em resposta às recomendações do MPF, a Funai elaborou um aditivo ao termo de referência, incluindo o Acampamento Pakurity nas proximidades da Reserva Indígena de Dourados.

Após uma visita da Funai e da Ferroeste às comunidades afetadas, o MPF considerou a atualização do documento satisfatória, o que é um grande passo para a concretização do projeto.

O novo ramal ferroviário da Ferroeste é de extrema importância para Mato Grosso do Sul. O estado é o segundo maior usuário do Porto de Paranaguá, que é essencial para o escoamento de sua produção. No entanto, devido à falta de uma ferrovia ativa, o transporte de grãos do estado é feito principalmente pelo modal rodoviário.

As mudanças no EIA incluem 27 melhorias no traçado original, levando em consideração as demandas das audiências públicas, de entidades setoriais e das prefeituras. Essas melhorias visam aumentar a distância entre os trilhos e áreas de desenvolvimento ou com fragmentos de mata nativa, evitando impactos ambientais significativos.

Além disso, o projeto promete reduzir o impacto das desapropriações e diminuir a supressão de mata nativa em 21% em relação à proposta inicial, que já havia sido construída sob uma modelagem amigável ao meio ambiente.

O projeto da Ferroeste, que abrange 66 municípios, prevê a construção de 1.567 quilômetros de trilhos, incluindo a repotencialização do trecho entre Guarapuava e Cascavel. A empresa vencedora do leilão terá a responsabilidade de executar as obras e explorar o trecho por 99 anos, com um investimento estimado em R$ 35,8 bilhões.

A concretização desse projeto pode modernizar significativamente a infraestrutura de transporte na região e impulsionar a economia do Paraná e de Mato Grosso do Sul. O transporte ferroviário mais eficiente reduzirá a dependência do transporte rodoviário, diminuindo o desgaste das estradas e contribuindo para a preservação do meio ambiente.

Com a concessão da licença ambiental, o ramal ferroviário da Ferroeste está mais próximo do que nunca de se tornar uma realidade. O projeto promete abrir caminho para um futuro mais promissor e desenvolvido para toda a região. Agora, é hora de acompanhar de perto o desenrolar deste processo e a realização de um projeto que pode transformar Mato Grosso do Sul.

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