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16/08/2023 10:06

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Aumento de pedágio na BR-163 em MS gera debate sobre qualidade e investimentos

Parlamentares de MS expressaram indignação dizendo que os aumentos de pedágio não podem ser justificados enquanto as obrigações contratuais não forem cumpridas.

Atualizado: 16/08/2023 10:34

Redação

A recente aprovação do aumento de até 16,82% nas tarifas de pedágio na BR-163, administrada pela CCR MSVia em Mato Grosso do Sul, desencadeou discussões acaloradas sobre a qualidade dos serviços oferecidos e o estado de investimentos na rodovia. Enquanto a concessionária defende a necessidade do reajuste para a manutenção e aprimoramento da estrada, muitos motoristas e especialistas questionam a justiça e a eficácia dessa medida.

Em Campo Grande, por exemplo, a tarifa para carros de passeio subiu de R$ 7,80 para R$ 9,10, enquanto motocicletas passaram de R$ 3,90 para R$ 4,55, e caminhões viram seus custos elevar de R$ 7,80 para R$ 9,10 por eixo.

A decisão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) também provocou indignação e debates intensos entre parlamentares estaduais e federais do Estado. A medida, que impacta as nove praças de cobrança ao longo da rodovia, gerou críticas contundentes e levantou questões sobre o cumprimento de obrigações contratuais pela concessionária CCR MSVia.

Os parlamentares reagiram fortemente à notícia do reajuste, que é quatro vezes maior que a inflação acumulada. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) declarou sua intenção de solicitar explicações formais à ANTT sobre o aumento, destacando que a majoração é injusta, especialmente diante do cenário de paralisação das obras de duplicação e da insatisfação dos usuários com os serviços prestados.  Nelsinho Trad ainda  enfatizou que os aumentos de pedágio não podem ser justificados enquanto as obrigações contratuais não forem cumpridas.

Deputados estaduais e federais expressaram preocupações semelhantes, ressaltando a necessidade de revisar a concessão da rodovia e buscar soluções alternativas para garantir melhorias e segurança aos usuários.

A BR-163, que corta o estado sul-mato-grossense, foi privatizada em 2014 com a promessa de ser completamente duplicada. Entretanto, a paralisação das obras de duplicação desde 2017 gerou insatisfação entre os usuários, que veem o aumento das tarifas de pedágio como injustificado diante da falta de avanços significativos na infraestrutura.

Os caminhoneiros, que frequentemente utilizam essa rodovia, também têm opiniões divergentes sobre a situação. Alguns veem o aumento como uma forma de viabilizar futuros investimentos e melhorias, enquanto outros consideram injusto pagar mais sem ver resultados concretos.

Nesse cenário, o debate sobre o aumento do pedágio na BR-163 se estende além dos números e percentuais. Ele levanta questionamentos fundamentais sobre a relação entre concessionárias, governo e usuários, e sobre a garantia de serviços de qualidade nas estradas, em meio a desafios de infraestrutura e investimentos.

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