O Consórcio Guaicurus, responsável pela operação do transporte público em Campo Grande, tomou uma medida drástica na última terça-feira (5), ao notificar a Prefeitura e entrar com uma nova manifestação em uma ação que requer o reajuste da tarifa de ônibus na cidade. O consórcio alega um déficit alarmante de aproximadamente R$ 4,7 milhões, resultante do não pagamento integral pela Prefeitura do valor estabelecido pela tarifa técnica.
Segundo documentos apresentados no processo, enquanto a tarifa técnica é fixada em R$ 5,80, a remuneração efetivamente recebida pelo serviço prestado é de apenas R$ 4,65, o que acarretou um déficit significativo para o Consórcio Guaicurus ao longo do período entre março de 2023 e 29 de fevereiro deste ano.
O Consórcio argumenta que esta situação compromete gravemente o sistema orçamentário, impactando diretamente na capacidade de pagamento dos funcionários e na manutenção adequada da frota de ônibus. Diante disso, exigiu que a Prefeitura quite o débito em até cinco dias, sob pena de uma multa diária de R$ 100 mil.
Além disso, o Consórcio denuncia que o não pagamento integral da tarifa técnica atual sugere um abandono por parte da administração municipal ao transporte público, o que coloca o serviço em risco iminente de paralisação por falta de recursos financeiros.
Enquanto a Prefeitura não se manifesta sobre a notificação do Consórcio Guaicurus, o impasse sobre o reajuste da tarifa de ônibus em Campo Grande continua em meio a uma complexa batalha judicial. Decisões judiciais anteriores a favor do reajuste foram suspensas pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), levando a um impasse prolongado que afeta diretamente a qualidade e a continuidade do serviço de transporte público na cidade.
Enquanto isso, a prefeita Adriane Lopes anunciou que o reajuste da tarifa será implementado nos próximos dias, embora sem especificar os valores.
