A Gol Linhas Aéreas Inteligentes obteve aprovação do Tribunal de Falências de Nova York para seu pedido de recuperação judicial sob o Chapter 11. Com essa decisão, a empresa aérea fica temporariamente protegida de credores que buscam apreender seus ativos, e ações legais contra a companhia são suspensas.
O pedido de reestruturação, semelhante ao processo de recuperação judicial no Brasil, foi anunciado pela Gol na quinta-feira, e o Tribunal de Falências de Nova York validou a solicitação na sexta-feira. A companhia busca reorganizar suas obrigações financeiras de curto prazo e fortalecer sua estrutura de capital, com dívidas estimadas em R$ 20 bilhões.
Apesar do processo, a Gol assegurou aos passageiros que todos os voos estão operando conforme programado, e as reservas permanecem válidas. O CEO, Celso Ferrer, destacou que o foco da reestruturação é otimizar a empresa para sustentar o crescimento, sem reduzir a frota de aeronaves em serviço.
O pedido de Chapter 11, feito no Tribunal de Falências dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, permitirá à Gol acessar um financiamento de US$ 950 milhões. Esse montante será obtido por meio de um grupo de investidores, incluindo membros do Grupo Ad Hoc de Bondholders da Abra, a holding que controla a Gol.
Analistas apontam que a Gol enfrenta desafios financeiros devido a altos custos com leasing e juros, além de problemas de capacidade causados por atrasos nas entregas de aeronaves da Boeing. A pandemia de COVID-19 também teve impacto, elevando os preços dos combustíveis e contribuindo para a desvalorização do real em relação ao dólar.
Em decorrência do pedido de reestruturação, a negociação das American Depositary Shares (ADSs) da Gol na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) foi suspensa, e a agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito de longo prazo da companhia.
