sexta, 20 setembro 2024

Transporte e trânsito

há 11 meses

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Níveis críticos na hidrovia do Rio Paraguai desafiam o escoamento em Mato Grosso do Sul

Apesar do aumento em relação aos anos anteriores, níveis abaixo da média preocupam especialistas e impactam o transporte fluvial na região

Atualizado: há 11 meses

Redação

A hidrovia do Rio Paraguai, fundamental para o escoamento da produção em Mato Grosso do Sul, enfrenta a perspectiva de mais um ano com níveis críticos para a navegação comercial. Embora os registros atuais indiquem uma melhora em relação aos anos anteriores, os números ainda permanecem abaixo da média considerada ideal.

Segundo dados da Marinha do Brasil, a régua em Ladário apontou 1,85 metro, representando uma melhoria em relação aos dois últimos anos, mas ainda insuficiente. Já em Porto Murtinho, o rio está acima dos níveis registrados no mesmo período de 2022, com 3,17 metros.

Em contrapartida, no município de Cáceres, Mato Grosso, a medição na cabeceira do rio marcou apenas 0,75 metros, muito abaixo das médias dos anos anteriores, quando a régua registrava 1 metro no mesmo período.

Carlos Roberto Padovani, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pantanal, analisou os dados hidroviários dos últimos quatro anos e prevê mais um cenário desafiador para o transporte fluvial. Segundo ele, os níveis atuais indicam que a navegação enfrentará dificuldades nos próximos meses.

"Neste mês de outubro, o nível do Rio Paraguai em Ladário registrou uma taxa de descida de 2,5 centímetros por dia, tendo atingido o pico máximo de 4,24 metros em julho. No ano passado, houve uma queda de 1,86 metros em três meses, com uma taxa de descida de 1,7 centímetros por dia", explicou o pesquisador.

Embora o nível atual em Ladário esteja ligeiramente acima da média histórica para a data de 13 de outubro, a situação preocupa, uma vez que as condições de navegação na hidrovia do Rio Paraguai dependem de níveis mais elevados. Para comparação, a média para essa data ao longo dos anos foi de 1,86 metros, enquanto o nível atual é de 2,04 metros.

Padovani também destacou a influência do fenômeno meteorológico El Niño na região, que normalmente resulta em uma diminuição das chuvas durante o período chuvoso de outubro a março. Isso tende a afetar ainda mais os níveis dos rios, prejudicando a navegação, uma vez que o nível mínimo necessário para barcaças é entre 1,5 e 2 metros, com base na régua de Ladário.

A situação atual na hidrovia do Rio Paraguai ressalta a importância de monitorar de perto os níveis dos rios e buscar soluções para garantir o escoamento eficaz da produção em Mato Grosso do Sul, uma região fortemente dependente do transporte fluvial.

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